domingo, 4 de abril de 2010

O tempo da procura.

No relógio são onze e dezesseis da noite, eu saio de casa, com um sentimento sereno em busca de sei lá o que. Sei que não vou achar o que procuro, mas continuo, o ar ainda úmido da chuva parece convidativo. Chego à rua dos mil mundos, subo, desço, viro para todos os lados; enquanto isso, vou fazendo o que sei de melhor, observar pessoas, mas nenhuma delas é quem procuro. Traço roteiros, sempre improvisados, mudo de lado, encontro amigos e vou indo, no passo dos outros procuro meu compasso.
De braços cruzados, como um guerreiro que se protege dos inimigos, já não observo mais ninguém, percebo que é tarde demais pra continuar procurando, já são quatro e trinta e sete da manhã, dou meia volta e ligeiramente atordoado, saio andando, enquanto isso meu cérebro corre como um atleta, na busca por algo notável. Chego em casa e tranco a porta, são cinco e quinze da manhã. Vou dormir e continuo na minha busca, quem sabe não te encontro em meus sonhos?

Um comentário:

  1. Quando cheguei no "mas continuo..." eu comecei a pensar no que eu sonhei hoje... Voltei ao início, mas assim que li “... sempre improvisados" pensei no filme que tava assistindo há 10 minutos... Voltei do início, quando enfim cheguei na antepenúltima linha o telefone tocou! Mas devo dizer que na 5ª e ultima vez que eu li quase chorei.

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