terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Outro.

Mais um segundo
Mais um minuto
Mais uma hora
Mais um dia
Mais uma semana
Mais um mês
E o que isso tem de novo?
Ano novo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

Dó-Si-Sol.

A turbulência passou, o que sobrou foi paz. A calma tomou conta de mim.
Percebi, aprendi, senti e enxerguei. O amor deve ser consequência, não causa.

O que sinto agora é uma agradável saudade. Deixei a necessidade de lado, naveguei numa leve brisa e fui para tão distante. Distância tranquila, sem moléstias.

Apesar disso, fiz-me uma pergunta:

- Cadê o sol?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cinco segundos.

É curioso estar em um lugar e saber que é a última vez que estarei lá. Não estou falando metaforicamente, estou falando de um local real, com latitude e longitude.
Lembro-me bem quando esse pensamento surgiu na minha cabeça, subitamente analisei o ambiente, tentei anotar a maior quantidade de detalhes possíveis. O puff com escudo de time de futebol, o porta chaveiro na porta, o livro dos Beatles, a lareira, a lupa, tudo, até mesmo a quina da porta por onde passava a luz e o frio. Claro, não poderia me esquecer do show que passava na TV, afinal, era a nossa banda. Quis guardar tudo no tempo, transformar aqueles poucos segundos em momentos eternos, impossível.
O mais estranho é que eu tinha convicção de que não voltaria mais ali. Mesmo me sentindo tão bem lá, era melhor eu ir me despedindo. Criei uma saudade antecipada por saber que tudo aquilo estava se encerrando, a areia da ampulheta já estava quase no fim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Barulho.

A buzina pensa que é barulhenta, esperneia, grita. Tanta birra pra nada, o verdadeiro barulho é o silêncio, esse sim enlouquece, sozinho tem a capacidade de transformar coração em pedra.

Meu erro é viver sempre assim, exagerado no sentimento e ausente nas palavras.
A buzina já se quebrou e o silêncio não me deixa em paz.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Gelo-seco.

Não entendo como alguém pode mudar tão rápido. Entrar na vida de outra pessoa, bagunçar tudo e depois sair de mansinho.
Não entendo a razão de alguém lutar por algo tão distante pra depois deixar num canto, como se as pessoas fossem algo descartável. Gente não é brinquedo, se lembra?
Já que não adianta mais (re)clamar, vou reclamar, isso ainda é meu por direito.

Todos aqueles sinais se apagaram como no despertar de um sonho, todas aquelas vontades ficaram num coração só.
Já me cansei de ser assim, tão sonhador e otário.

Ps: O cachorro-poema virou cachorro-quente.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Trate de si.

Escrevi isso dia 15-10-10, resolvi postar só agora:

Se bater o desespero, grite.
Se a algema estivar apertada, solte.
Se a vontade não for grande, deixe.

Só não idealize o sonho de outro.

sábado, 13 de novembro de 2010

Reticências.

-Tô nessas também.
-Nessas o quê?
-Nessas...
-Do que você tá falando?
-Também tô nessas de me sentir assim.
-Assim como?
-Assim...
-Assim?
-É...
-Eu sinto muito...
-Tô nessas também.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Poetas da vida.

Mais um texto escrito antes de dormir:

Os verdadeiros poetas são as crianças, elas sim sabem viver. Não sofrem, nem sabem o que é isso. Não perdem seu tempo se preocupando com coisas de “gente grande”.
Quando crescemos esquecemos o lúdico, deixamos toda aquela vividez autêntica escondida (mas isso é recuperável).
Nada é mais sincero que o olhar de uma criança, é tanta vida numa pessoa só que dá até vontade de pegar emprestado.
Queria poder voltar no tempo e pular numa piscina de bolinhas sem parecer ridículo. Ver tudo com olhos de primeira vez.

Ser feliz é simples, a gente que complica idealizando isso como objetivo de vida. É, temos que (re) aprender com os pequenos.

Bom mesmo é ralar o joelho numa brincadeira de criança.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sonho guardado.

Escrito ontem antes de ir dormir:

Desistir de um sonho é desistir de si mesmo.
Não importa o quão distante nossa vontade vá, o importante é acreditar e lutar por isso (às vezes até contra nós mesmos).

Tudo é alcançável com paciência - Calma que o tempo ruim também passa.
Eu acredito no meu desejo e sei que aquelas lágrimas de despedida não foram forjadas, aquilo era (ainda é) amor genuíno.

A vida continua dando nós, mas só depende da gente desatá-los. Vamos?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Meio-termo.

No nosso jeito de ser a gente se entende, não há rancor, não há magoa, há amor na mais pura forma.
A vontade não morreu, deu apenas um “até breve”.
Nem sempre a vida é do jeito que queremos, mas pra tudo dá-se um jeito.

Você sabe e eu também, nosso sonho não termina aqui, é verde demais pra acabar.
E que seja como tiver que ser, que no final o sorriso faça parte de nossas vidas, independente de qualquer coisa.

Como diz Marcelo Camelo na música Janta, “Caberá ao nosso amor o que há de vir”.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Lá e cá.

Razão e intuição em conflito.
De um lado o certo, do outro o duvidoso.
Vale a pena arriscar ou seria melhor eu me guardar?
Vontade de correr risco lutando contra a racionalidade - E agora, para onde ir?
Duro é ter que abrir mão de algo que se gosta, ter que escolher apenas um caminho.

Preciso ficar pianinho para encontrar o tom certo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A frieza que eu não tenho.

Queria poder ser frio e não sentir, ter um coração de pedra que jamais se quebrasse, mas não.
Sinto tudo muito forte, cada cisco é capaz de me dilacerar por dentro.
E eu grito, esperneio e nada dessa sensação passar.

Só sei que amo demais e começo a questionar se isso é bom, se isso assusta. De qualquer forma, esse é meu sistema de amar e assim vai continuar sendo.

domingo, 31 de outubro de 2010

Pra Paulistano ver.

Andando pela Avenida procuro um rosto amigo, inimigo da Consolação.
Em vão, passo livre pelo Masp, procuro algo doce, um Brigadeiro?

De Itu a Santos chego ao Sesc, esquece, não estava lá.
Lembrei-me da Angélica que vive perto daqui, pensei na Augusta que é sempre tão Bela, sinta!

- Benedito Calixto, há um Lobo na Haddock! Será que foi pra Jaú?

Sempre com pressa vim para debaixo da terra. Nada de chegar à Independência, consegue ouvir o Grito?

Vou agora atrás da Liberdade.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Garrancho.

A vida não é poesia, não é conto, mais que isso, a vida é um eterno rascunho.
Tenho mania de querer ser personagem de romance, idealizo minhas escolhas e cuidadosamente determino o enredo, quanto mais ímpar, melhor.
Tomo sustos ao ver que não sou eu o único autor da história, co-autores vão e vêm o tempo todo.
No meu livro falta equilíbrio, Romantismo demais e Realismo de menos. Quero tudo de um jeito poético, utópico. Bobagem, sei que no final o protagonista vai se iludir e perder-se em si. Prefiro deixar isso pra depois. Viver ainda me basta enquanto eu for humano, minha memória não é póstuma.

Caso a caligrafia não agrade a todos, relevo, sempre haverá alguém que aprecie.
O que me conforta é que o protagonista (ainda) sou eu.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sete por oito.

Tento não deixar quebra
Do céu ao mar vou colo
Rir da vida para vi
Ver você passar aqui.

Posso dizer direta
Mente que guarda obses
São razões querendo flu
Ir atrás do meu amor.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não sei sambar.

O compasso anda tão confuso que do refrão já esqueci.
Preciso voltar a cantar aquela canção perdida no ar.

Afinal, tô me guardando pra quando o carnaval chegar?
E esse samba? É de uma nota só?

Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ano que vem.

Eu vivo pensando no futuro para poder viver o presente. Passo horas e horas sonhando, até perco o sono.
Quero a vida ao seu lado, já cansei dessa solidão que é minha vida desde que eu resolvi me aventurar nessa coisa de amar. Se antes faltavam palavras para me declarar, hoje o que falta é o tempo passar. Essa saudade machuca, mas vai passar, eu sei que vai.
Penso num ano feliz, em outro lugar, mais perto dos meus desejos.

Quero uma música para viver um ano (que vem) maravilhoso. Meus dedos criando o arranjo e sua letra cantada na melodia.

sábado, 16 de outubro de 2010

É meu.

Defeito incomoda tanto.
Defeito incomoda tanto?
Se tem em mim, se tem no outro, por que incomoda tanto?

Incomodo é encontrar o mesmo defeito no outro.

-Esse já é meu, eu vi primeiro.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sobre toda aquela coisa de se conhecer (ou não).

Hoje eu pensei, olhei pros fantasmas sem me esquivar. Não me vitimizei, bati de frente com o medo e senti coragem.
Vi minhas angustias e meus exageros. Bateu um desespero. Mas, desespero de quê?

Às vezes me questiono, não acredito em tudo que digo. Digo pra mim? Digo pros outros?
Falo coisas pra contestar (necessidade ridícula de ser do contra), pareço criança teimosa. Rebeldia infantil, de quem só quer chamar a atenção e não sabe como.

Também posso dizer “não sei”. Percebi que não tenho opinião sobre tudo e prefiro abstrair a racionalizar.
O que existe? O que é ficção? Qual o valor do meu sentimento? E da minha inconstante razão?
Sei lá, prefiro ter dúvidas, perguntar e questionar. Não quero ter respostas pra tudo, não quero um plano infalível, arrependimento também é aprendizado. Gosto de correr riscos e sentir o desejo ardendo.

Deixo a intuição ativar minha adrenalina de sonhador. Tenho vontades fortes, bem definidas, essa imagem careta é uma mentira, um desrespeito a mim.
Quero voltar a sonhar como antes, sem me preocupar com o que está além dos meus atos. Acreditar no que o “Lucas do contra” costuma considerar banal, deixar isso num canto, um canto escuro que não é meu.

Quero mais é me desligar do exterior, deixar essa fantasia fajuta num brechó qualquer. Eu não nasci pra fazer sentido, eu nasci pra sentir.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Não sei.

Nunca entendi bem o “sentido da vida”. Nascemos fisicamente, enquanto isso, nossos pais renascem na gente, sonhando que sejamos permanentemente felizes, nos tornando “cidadãos de bem” (pura doença).
Afinal, qual a função de tudo isso, aonde isso leva? Se é que leva...
Pode até ser falta de otimismo da minha parte, mas não consigo idealizar os padrões que todos procuram. Vejo beleza nas coisas simples, no amor, nas diferenças. Deixo o requinte para os que vivem do sorriso forjado.
Basicamente, não acredito que a vida tenha sentido. Não acredito em vida após a morte. Não acredito em destino. Acredito apenas na efemeridade e em nossos atos.
Enquanto eu tiver consciência de mundo, vou vivendo, tentando não me preocupar (com o que irá deixar de ser). Eu realmente gostaria de ter fé e crer que existe um cara olhando por nós, mas sou realista demais para isso, esse conformismo não me cabe.

Às vezes temos orgulhos encravados e nem percebemos.
Deixe o outro viver, isso basta.

sábado, 11 de setembro de 2010

Partilha.

Nada é mais delicado e importante que o sentimento. Quem diz que homem não chora é quem ainda mente pra vida.
Pra que tanta restrição em sentir, em amar? Nada é mais sagrado e fundamental que nossas emoções.
Não sou ninguém para poder julgar ou falar do que sentimos, apenas quero sentir e tratar das minhas doenças.
Vejo como sou frágil, como às vezes tudo não passa de uma atuação, de aparências. Mas procuro forças pra vencer isso, busco minha humanidade.
De nada vale ser o mais sábio dos sábios se lhe faltar um coração. É importante viver, não apenas sobreviver.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O dilema da escolha.

Ter que abrir mão de algo não é fácil. Quero tudo, quero agora.
Como saber a escolha certa? Será que ela existe?
O pior é ter que escolher com a cabeça cheia (de estresse).
Preciso de tempo, preciso conversar, preciso ouvir.
Como posso eu, que sempre vivi a sonhar, ter meus pés no chão e usar da razão?
Alguém aí tá me ouvindo? Porque eu já não sei mais pra quem recorrer.

(Isso é só um desabafo.)

domingo, 1 de agosto de 2010

O que é saudade?

De repente sinto uma vontade insaciável de voltar no tempo, viver o que já vivi, dar replay na minha vida. Mentalmente retorno, vejo o horizonte, sinto o perfume e beijo a paz. Mas quando abro os olhos, tudo desaparece.
Que coisa é essa que a gente chama de saudade? É nostalgia? Vontade de fugir do presente? Medo do futuro? Ou então, a confirmação de um sentimento?
Saudade tem muitas caras, e quando aumenta é capaz de vencer qualquer distância.
Explicar eu não sei, mas sei sentir. A saudade é o combustível do meu sonho.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Bula.

LUCAS DE SÁ
brasileiro de são paulo.

Forma farmacêutica e apresentações: Comprimido antropomórfico verde. Embalagem contendo comprimido único.
Composição: O comprimido contém 55 kg de distração e sonho.

INFORMAÇÕES AO PACIENTE
Ação esperada do medicamento: LUCAS DE SÁ deve ser estável, coerente, parecer sensato e ser simpático.
Cuidados de conservação: O produto deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C) e estar bem agasalhado em temperaturas muito baixas.
Prazo de validade: O prazo de validade está indefinido.
Cuidados de administração: Siga a orientação da bula e não seja muito extrovertido. Interrupção do tratamento: Pode causar paranoia no medicamento e revolta interna.
Reações adversas: LUCAS DE SÁ pode causar alguns efeitos indesejáveis em algumas pessoas. As reações mais comuns com o uso de LUCAS DE SÁ são: raiva, estranhamento, inconformismo e opinião divergente.
Reações positivas: LUCAS DE SÁ também pode causar alguns efeitos desejáveis em algumas pessoas. As reações mais comuns com o uso de LUCAS DE SÁ são: identificação, admiração e afinidade de gostos e ideias.

ESTE MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DE GENTE NORMAL.

Ingestão concomitante com outras substâncias:
Não abuse de efusividade nem
repetições de assunto durante o tratamento, não tente convencer que sua opinião é a verdade absoluta, isso pode causar prejuízos ao tratamento.
Contra-indicações e precauções:
LUCAS DE SÁ não deve ser usado em pacientes:
• portadores da síndrome de ser babaca.
• alérgicos (hipersensíveis) à boa música e a arte.
• bairristas.
• repetitivos.

ATENÇÃO: PODE CAUSAR SAUDADE (ou não).

domingo, 27 de junho de 2010

Foi.

É só um vestígio, um resto de nostalgia, um sonho banal. Isso não é nada. Isso não existe.
Afinal, se ver sorrir é o que eu queria, tudo bem se nem tudo condiz.
No fundo eu respeito seu desespero. O grito disfarçado de afeto.
Só não entendo seu desapego imediato.
As palavras que se perderam às vezes ressoam na minha cabeça - Cabeça dura!
Mas tudo bem se hoje não faz sol, foi só um momento, não é nada não.

domingo, 6 de junho de 2010

Estação.

De repente olhei pro relógio e alguma coisa parecia estranha, seria o céu fechando ou o tempo passando? Só sei que eu estava no lugar errado; aquilo não me pertencia mais, vivi tanto do mesmo que precisava fugir, queria conhecer o novo, a razão de tanta discrepância.
O ônibus ainda não passou, será que eu deveria ir de trem?
Uns me chamam de louco, não entendem meus motivos, acham que estou perdido, mas sei que na hora certa vou tirar do bolso o bilhete certo, premiado com o seu destino.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Trem bala verde.

Distância que cria saudade antecipada, vergonha inevitável, razão intuitiva. Felicidade também pode ter ares melancólicos, estranhamente agradável e confundido com um sonho bom.
Perdido na noite, sem nenhum senso de direção encontrei meu caminho, meio sem querer, dentro de minha própria casa mas como um visitante, muito bem recebido pelos melhores anfitriões da cidade.
Poeta não precisa sofrer pra poder escrever, basta que sua musa seja uma poetisa.

sábado, 15 de maio de 2010

Intuição.

Primeira impressão é um equivoco, ou projetamos sonhos ou implantamos defeitos. Por que ser assim tão exato? Por que não deixar o tempo desvendar as verdades? O mistério me cai tão bem. Essa ideia de “sim” ou “não” causa arrepios, é só mais uma das imposições sociais. A dúvida vem sempre relacionada com insegurança, indecisão, fraqueza, como se isso fosse um crime inafiançável, é proibido dizer “talvez”. Deixe pensar, refletir, sonhar, ninguém é obrigado a ter certeza imediata. Gente racional demais me causa estranheza, que verdade absoluta é essa que eu desconheço? Prefiro caminhar, sem me apegar a uma linha reta.

sábado, 24 de abril de 2010

Tira gosto.

Era tão legal correr sem motivo, ralar o joelho, jogar bola, ser livre. Quando a gente cresce parece que as melhores coisas da vida perdem a graça; correr sem motivo vira vergonha, ralar o joelho vira dor, jogar bola vira guerra, ser livre? Impossível. É difícil se impressionar com as coisas, aquela sensação de euforia era tão agradável. Todos aqueles sonhos de criança já passaram, já fiz meus 18 anos, já fiz minha banda, já tive minha primeira namorada, e agora? A gente vive pra quê? Pra ser bem-sucedido e aceito na sociedade? Isso tudo é bobagem. Passamos cerca de 11 anos sendo censurado pra sair e viver uma vida de escravo. O que tem de humano nisso? É preciso olhar pro lado.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Produção em série.

Comprar status,
ouvir o mesmo,
falar dos outros,
assistir imbecilidade,
fingir amizade,
crer em qualquer coisa,
ser preconceituoso,
usar pessoas.
Isso é ser normal?

domingo, 18 de abril de 2010

Nada.

Nós sempre arrumamos argumentos pra dizer que não está tudo bem
Facilmente encontramos dificuldades nas coisas simples
Buscamos todos os dias um bem estar utópico
Forçamos uma carência tendenciosa
Essencialmente egoísta
Por tão pouco
Migalhas
Só.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Contramão.

Caminhos e mais caminhos, que não levam a lugar nenhum. Sigo pela mesma rua, mas agora existe outra pista, será que devo mudar? Ou talvez pegar o retorno? Não, isso seria covardia.
Dando voltas e mais voltas faço a pior escolha, sou teimoso, não quero enxergar. Insisto em percorrer a mesma rota, sabendo que não tenho gasolina pra chegar ao fim. Bato o carro, mais uma vez no mesmo poste.
Simplesmente não sei por onde andar, não tenho mapa, não tenho direção.

domingo, 4 de abril de 2010

O tempo da procura.

No relógio são onze e dezesseis da noite, eu saio de casa, com um sentimento sereno em busca de sei lá o que. Sei que não vou achar o que procuro, mas continuo, o ar ainda úmido da chuva parece convidativo. Chego à rua dos mil mundos, subo, desço, viro para todos os lados; enquanto isso, vou fazendo o que sei de melhor, observar pessoas, mas nenhuma delas é quem procuro. Traço roteiros, sempre improvisados, mudo de lado, encontro amigos e vou indo, no passo dos outros procuro meu compasso.
De braços cruzados, como um guerreiro que se protege dos inimigos, já não observo mais ninguém, percebo que é tarde demais pra continuar procurando, já são quatro e trinta e sete da manhã, dou meia volta e ligeiramente atordoado, saio andando, enquanto isso meu cérebro corre como um atleta, na busca por algo notável. Chego em casa e tranco a porta, são cinco e quinze da manhã. Vou dormir e continuo na minha busca, quem sabe não te encontro em meus sonhos?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Coisas que passam.

Tem coisa que é difícil de dizer, um sim, um não, um sentimento. Enquanto isso o tempo vai passando e eu percebo como sou fraco em ficar calado. Ensaio frases e mais frases, nunca ditas, e reclamo, digo que a vida é injusta, que está tudo errado. Vou dormir e tenho de novo o mesmo sonho, um sonho tão bonito, que vira pesadelo ao acordar. Lembro que aquilo tudo foi só minha mente me boicotando mais uma vez.

terça-feira, 30 de março de 2010

Passarinho.

Não pense que sou assim tão ruim
De não sorrir pro dia e não cantar pra lua

Se não estou te vendo não é por desprezo
Simplesmente não posso enxergar todas as cores

Ando por essas ruas vazias, tenho esperança, tenho vontade
Mas meus calcanhares já se desfizeram, perderam-se no asfalto

Olho pra você; sorriso forçado e verdade oculta
Recebo outra mensagem, mas suas palavras não existem

Ouço sua voz e me sinto esmurrado
Seus olhos fortes já roubaram minha verdade

Disfarço, digo que está tudo bem
Mas minhas olheiras me entregam, tenho olhos de sonhador

De tanto pensar, não vivo
De tanto querer, desisto

E esse passarinho já se mudou de galho
E no meu ninho, continuo solitário.