domingo, 28 de novembro de 2010

Dó-Si-Sol.

A turbulência passou, o que sobrou foi paz. A calma tomou conta de mim.
Percebi, aprendi, senti e enxerguei. O amor deve ser consequência, não causa.

O que sinto agora é uma agradável saudade. Deixei a necessidade de lado, naveguei numa leve brisa e fui para tão distante. Distância tranquila, sem moléstias.

Apesar disso, fiz-me uma pergunta:

- Cadê o sol?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cinco segundos.

É curioso estar em um lugar e saber que é a última vez que estarei lá. Não estou falando metaforicamente, estou falando de um local real, com latitude e longitude.
Lembro-me bem quando esse pensamento surgiu na minha cabeça, subitamente analisei o ambiente, tentei anotar a maior quantidade de detalhes possíveis. O puff com escudo de time de futebol, o porta chaveiro na porta, o livro dos Beatles, a lareira, a lupa, tudo, até mesmo a quina da porta por onde passava a luz e o frio. Claro, não poderia me esquecer do show que passava na TV, afinal, era a nossa banda. Quis guardar tudo no tempo, transformar aqueles poucos segundos em momentos eternos, impossível.
O mais estranho é que eu tinha convicção de que não voltaria mais ali. Mesmo me sentindo tão bem lá, era melhor eu ir me despedindo. Criei uma saudade antecipada por saber que tudo aquilo estava se encerrando, a areia da ampulheta já estava quase no fim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Barulho.

A buzina pensa que é barulhenta, esperneia, grita. Tanta birra pra nada, o verdadeiro barulho é o silêncio, esse sim enlouquece, sozinho tem a capacidade de transformar coração em pedra.

Meu erro é viver sempre assim, exagerado no sentimento e ausente nas palavras.
A buzina já se quebrou e o silêncio não me deixa em paz.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Gelo-seco.

Não entendo como alguém pode mudar tão rápido. Entrar na vida de outra pessoa, bagunçar tudo e depois sair de mansinho.
Não entendo a razão de alguém lutar por algo tão distante pra depois deixar num canto, como se as pessoas fossem algo descartável. Gente não é brinquedo, se lembra?
Já que não adianta mais (re)clamar, vou reclamar, isso ainda é meu por direito.

Todos aqueles sinais se apagaram como no despertar de um sonho, todas aquelas vontades ficaram num coração só.
Já me cansei de ser assim, tão sonhador e otário.

Ps: O cachorro-poema virou cachorro-quente.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Trate de si.

Escrevi isso dia 15-10-10, resolvi postar só agora:

Se bater o desespero, grite.
Se a algema estivar apertada, solte.
Se a vontade não for grande, deixe.

Só não idealize o sonho de outro.

sábado, 13 de novembro de 2010

Reticências.

-Tô nessas também.
-Nessas o quê?
-Nessas...
-Do que você tá falando?
-Também tô nessas de me sentir assim.
-Assim como?
-Assim...
-Assim?
-É...
-Eu sinto muito...
-Tô nessas também.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Poetas da vida.

Mais um texto escrito antes de dormir:

Os verdadeiros poetas são as crianças, elas sim sabem viver. Não sofrem, nem sabem o que é isso. Não perdem seu tempo se preocupando com coisas de “gente grande”.
Quando crescemos esquecemos o lúdico, deixamos toda aquela vividez autêntica escondida (mas isso é recuperável).
Nada é mais sincero que o olhar de uma criança, é tanta vida numa pessoa só que dá até vontade de pegar emprestado.
Queria poder voltar no tempo e pular numa piscina de bolinhas sem parecer ridículo. Ver tudo com olhos de primeira vez.

Ser feliz é simples, a gente que complica idealizando isso como objetivo de vida. É, temos que (re) aprender com os pequenos.

Bom mesmo é ralar o joelho numa brincadeira de criança.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sonho guardado.

Escrito ontem antes de ir dormir:

Desistir de um sonho é desistir de si mesmo.
Não importa o quão distante nossa vontade vá, o importante é acreditar e lutar por isso (às vezes até contra nós mesmos).

Tudo é alcançável com paciência - Calma que o tempo ruim também passa.
Eu acredito no meu desejo e sei que aquelas lágrimas de despedida não foram forjadas, aquilo era (ainda é) amor genuíno.

A vida continua dando nós, mas só depende da gente desatá-los. Vamos?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Meio-termo.

No nosso jeito de ser a gente se entende, não há rancor, não há magoa, há amor na mais pura forma.
A vontade não morreu, deu apenas um “até breve”.
Nem sempre a vida é do jeito que queremos, mas pra tudo dá-se um jeito.

Você sabe e eu também, nosso sonho não termina aqui, é verde demais pra acabar.
E que seja como tiver que ser, que no final o sorriso faça parte de nossas vidas, independente de qualquer coisa.

Como diz Marcelo Camelo na música Janta, “Caberá ao nosso amor o que há de vir”.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Lá e cá.

Razão e intuição em conflito.
De um lado o certo, do outro o duvidoso.
Vale a pena arriscar ou seria melhor eu me guardar?
Vontade de correr risco lutando contra a racionalidade - E agora, para onde ir?
Duro é ter que abrir mão de algo que se gosta, ter que escolher apenas um caminho.

Preciso ficar pianinho para encontrar o tom certo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A frieza que eu não tenho.

Queria poder ser frio e não sentir, ter um coração de pedra que jamais se quebrasse, mas não.
Sinto tudo muito forte, cada cisco é capaz de me dilacerar por dentro.
E eu grito, esperneio e nada dessa sensação passar.

Só sei que amo demais e começo a questionar se isso é bom, se isso assusta. De qualquer forma, esse é meu sistema de amar e assim vai continuar sendo.