quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cinco segundos.

É curioso estar em um lugar e saber que é a última vez que estarei lá. Não estou falando metaforicamente, estou falando de um local real, com latitude e longitude.
Lembro-me bem quando esse pensamento surgiu na minha cabeça, subitamente analisei o ambiente, tentei anotar a maior quantidade de detalhes possíveis. O puff com escudo de time de futebol, o porta chaveiro na porta, o livro dos Beatles, a lareira, a lupa, tudo, até mesmo a quina da porta por onde passava a luz e o frio. Claro, não poderia me esquecer do show que passava na TV, afinal, era a nossa banda. Quis guardar tudo no tempo, transformar aqueles poucos segundos em momentos eternos, impossível.
O mais estranho é que eu tinha convicção de que não voltaria mais ali. Mesmo me sentindo tão bem lá, era melhor eu ir me despedindo. Criei uma saudade antecipada por saber que tudo aquilo estava se encerrando, a areia da ampulheta já estava quase no fim.

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